terça-feira, 24 de março de 2009

Um dia de Sol

Foto cedida pelo blog do Jeso
Hoje amanheceu chovendo, para não ser diferente. Imaginei que seria mais um dia daqueles, com muita gente perdendo o dia de trabalho, de aula, de obras. Mas errei na previsão. O sol apareceu entre nuvens logo cedo. Daí em diante fez calor. E todo mundo saiu as ruas. As previsões do tempo na região amazônica são imprevisiveis. Os Institutos de Meteorologia não acertam nos cálculos por causa da imensidão da região. Enquanto chove em uma parte, faz sol em outra. O inverno aqui é rigoroso. Chove todo dia no mês de março. Em abril diminui e em maio chove pouco. Em junho, mês do folclore, já não chove mais. Julho já é verão. No rio as águas continuam subindo neste mês de março. Faltam pouco mais de 20 cm para a enchente atingir o mesmo nível do ano passado. Na várzea as casas estão dentro dágua. São moradias sobre estacas. As palafitas. Armadas para suportar a enchente. O ribeirinho precisa cada vez menos da ajuda do Poder Público para sobreviver em seu habitat natural. Ele se vira como pode. Sobrevive. Mesmo que na enchente lhe falte trabalho, aumentem os perigos por causa da proximidade dos animais... A cobra grande ( sucurijú) espreita. O Jacaré nada próximo da casa, em volta do galinheiro. O Bôto Cor de Rosa, é parceiro, vive rondando a casa. Não faz mal a ninguém, mas não gosta de ser tratado mal. Diz a lenda: Não zombe dele nas noites escuras, porque ele pode voltar na lua cheia, em forma humana e emprenhar sua filha. O Jacaré só abocanha fora dágua. A cobra grande só ataca se estiver com fome e foge da gente, se o matim assobiar. Os fenômenos da natureza são mais fortes. Os temporais assustam. Não sei como os passarinhos conseguem permanecer nos galhos que balançam pra lá e pra cá com o vento forte. Mas como os bichos, os homens também sobrevivem as intemperes da natureza. E melhor, porque sabem como se proteger, usando criatividade e inteligencia. O homem das águas é forte, instintivo, natural e honesto. Eu gosto disso. Por isso prefiro morar no mato. Na cidade as pessoas em volta do nosso habitat espreitam para roubar. No interior, os vizinhos espreitam, para ajudar, se solidarizar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário