quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sairé 2010- municipalizado de novo

O Sairé está de volta ao Poder Público Municipal. Durante quatro anos foi promovido e coordenado pela comunidade da Vila de Alter do Chão. 2007 e 2008, foi contratada uma empresa de fora para fazer o Sairé. A imprensa, comunidade e governo entraram na onda de que a privatização seria o melhor para a cultura e tradição do Sairé. Ledo engano. Até nossos colegas da imprensa caíram na mentira contada pelos organizadores, que deixaram Santarém sem pagar as dívidas. Tem colega que trabalhou que nem burro de carga e não viu a cor do dinheiro. Mas deixa isso pra lá. O que importa agora é repaginar a festa, investir mais recursos públicos e promover um grande evento. Os botos devem, a coordenação deve e empresa deve. Resta saber agora quem vai assumir essas dividas? A Prefeitura, os botos, ou a comunidade?

terça-feira, 13 de julho de 2010

A bôta e meu tio

Meu tio Arinos é um homem rústico. Quase 90 anos e ainda pesca, planta e colhe séu próprio alimento. Também pudera, sempre se alimentou de peixe fresco e farinha de mandioca que ele mesmo prepara. Mora na beira do Paraná. Conhece bem os segredos da natureza. Prevê a chuva, o sol e enchente grande. No luar costuma ficar em casa, na varanda, sentado numa velha cadeira de madeira, olhando a noite estrelada de julho. Nunca teve uma doença séria. Sempre se cuidou com remédios caseiros. Toma guaraná ralado no lugar do café. Já matou dezenas de pirarucus, jacarés e peixe-boi. Não sente remorsos quando pega uma animal desses, pois sabe que é parte da dádiva de Deus para alimentar seus filhos.
Um dia saiu para pescar, ainda jovem. Escolheu o melhor lugar do lago Preto e colocou os espinhéis. Depois amarrou a canoa no capim para tomar um chibé com sal. Cochilou e viu um bôto boiar ao lado de sua canoa. Não precisava, mas falou: Ah se fosse uma bôta, voce poderia vir aqui na canoa dormir comigo. Pouco tempo se passou e ele viu a bôta chegando, e dizendo pra ele: voce me chamou? Aqui estou. E daí conversaram, trocaram idéias e namoraram a noite inteira. Pela manhã, quando tio Arinos foi ver os espinhéis, todos tinham peixes grandes. Foi uma festa seu retorno para casa. No outro dia, nova pescaria. Mais uma noite com a bôta. E então, surgiu um grande amor entre os dois. E foram várias noites ao luar. É claro que a bôta fazia todas as vontade do tio. Fazia amor como ninguém. E tia Eunice ficou de lado. Coitada da tia Eunice, deixava o fogão a lenha acesso dia e noite. Trabalhava para alimentar 10 filhos. Mas não merecia ser trocada por uma bôta, jovem e faceira. Com um enorme bico. E muito pitiú. Sentindo falta de amor, ela procurou dona Ventina, uma curandeira velha da beira do Paraná. A velha já sabia do se tratava e avisou: se voce não tomar uma providencia ele vai embora com a outra. Minha filha, tome cuidado que o seu marido vai fugir com a bôta na primeira noite de lua cheia. Eles já marcaram a data. Arinos vai cair na água para conhecer o lugar onde ela mora. Conhecer os parentes dela e com certeza, será encantado. O que fazer? Sábado é lua cheia. Esse é o dia. Ele vai fazer de tudo para ir pescar. Voce tem que impedir. Chame os parentes. Se ele insistir voces tem que amarrar ele. Foi dito e feito. Sábado ele se arrumou para ir embora. Iria de vez, mas os cunhados amarraram ele. Como eles tinha feito um pacto, se ele náo fosse acabava tudo, a bôta esperou, esperou, até amanhecer o dia e depois foi embora de vez. Quebrou o encanto. Acabou a historia de pescarias do meu tio. É um exemplo para quem costuma mexer com a natureza. Quando um pássaro cantar, piar ou um animal urrar, fique calado, quieto.Náo mexa com a natureza.

sábado, 10 de julho de 2010

Festival Borari

Se não fosse a presença do público,
em grande maioria turistas,
o fracsso estava confirmado.
O Festival Borari é tão pequeno,
que qualquer semelhança a uma quermesse
náo é mera coincidencia.
Falta preparar melhor as danças,
organizar as apresentações,
escolher melhor as atrações. Dar um brilho.
Como Alter do Chão não precisa desse
tipo de evento para ser visitada, é casa cheia
o final de semana. Ainda Bem, porque parece que os moradores estão desaprendendo a fazer folclore.
O Borari de ontem parece um ensaio do Sairé, sem
qualquer semelhança com o original.

Poesia para Karén

Fala mais um pouco.
Sinto um silencio tão grande
que preciso ouvir mais a sua voz.
Não fica assim tão quieta,
calada,
sonolenta.
Esse jeito de ser mulher,
saciada, amada.
Refaz seu jeito de ser.
Seu modo de agir,
de falar e de amar.
Recompõe esse corpo,
essa posiçao inerte.
Me remete novamente ao
prazer.
Levanta,
encanta,
mostra teu lado fulgaz,
voraz.
Não levanta a voz,
mantém o modo singular
de viver,
e calar.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Acidente na fábrica de Cimento

Um acidente na fábrica de cimento de Itaituba, ontem as 14:30 matou seis operários e feriu gravemente 14. Cerca de 40 operários trabalhavam na construção de uma escadaria para correia transporadora de implementos para fabricação de cimento especial para a construção de barragens, que desabou na hora da concretagem. Os feridos foram transferidos para Santarém e estão no Hospital Regional.
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