Encontro das Águas

O Tapajós e o Amazonas se encontram em frente a Santarém. Existe uma lenda de que nas noites de lua cheia, o Amazonas se agiganta e avança sobre o Tapajós, chegando até a Ponta da Praia da Maria José. Quase cinco quilometros do ponto de encontro. Mas há um fundo de verdade nessa história. Esse fenomeno ocorre nas marés do mes de maio quando as águas dos rios começam a baixar na região. Mas não existe maré nos rios. Sim, mas as marés costumam provocar movimentos de subida ou descida das águas fluviais, que os ribeirinhso chamam de "repiquete". Uma situação tipica do periodo da vazante ou da enchente, em novembro. De uma uma coisa eu tenho certeza, quando o Amazonas avança sobre o Tapajós, os pescadores se reunem para a pesca da Dourada. As canoas ficam poitadas ( poita é uma pedra amarrada a uma corda que segura a canoa no mesmo lugar, mesmo na correnteza) no encontro das águas, e começa a captura da especie. É um movimento normal para os pescadores artesanais, que usam linha mica zero 50, e isca viva, charutinho. As Gaivotas também se reunem para comer as sobras das iscas. De vez em quando é preciso trocar o charutinho morto por um vivo, tirado do porão da canoa. Se não for isca viva, a pescaria é fraca, as vezes, zero.